Se não me falha a memória, foi assim:

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Eu estava no meu primeiro ano da faculdade de Composição e Regência (UNESP), entusiasmado, precisando explodir criativamente, e tinha acabado de fazer a melodia/harmonia desta canção. Creio que era 1993. No pátio do Instituto de Artes, peguei um violão e, inadvertidamente,  cantei a nova composição para um colega novo, dizendo que a música ainda não tinha letra. Eu tinha acabado de ser apresentado a este rapaz, um futuro amigo, que sem cerimônia, imediatamente pegou um lápis (se são me engano era um lápis) e escreveu a letra da primeira estrofe, inteira. Surpreso e feliz, fui assistir à minha primeira aula do dia, e ele também, mas não a mesma aula, pois eu era um calouro e ele era do quarto ano. Quando saímos da aula, uma surpresa ainda maior: ele já chegou com o resto da letra, inteira, pronta. Assim conheci Luciano Garcez, compositor e cancionista de primeira, malabarista de palavras, figura fundamental no meu caminho como artista.

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Foi neste momento, e muito graças a ele, que me vi mais claramente como o que hoje chamo de cantautor, embora naquela época eu nem conhecesse essa palavra. Foi um salto na minha autoestima de compositor. E desde então, com outros desenvolvimentos e amadurecimentos que iam chegando aos poucos, caminhei este maravilhoso mundo de trovador fora de época, de alguém capaz de fazer o que já foi feito mas que precisa ser feito de novo, como o pão de cada dia, para que a palavra, a que se sustenta de melodia, não careça de sentido nas vidas das pessoas. Entrei para o time de padeiros!

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E seguindo por aí, alguns anos depois gravei o CD Cancioneiro, relançado recentemente (clique aqui para saber mais), e, mais um pouco de tempo depois, concebi um novo álbum, "O Sonho de Pedro", que nunca cheguei a gravar. Para este novo álbum, criei canções novas mas também uma nova versão de "Cancioneiro"; esta nova versão, junto com algumas das músicas criadas ou escolhidas para "O Sonho de Pedro", estão no novo álbum Cancioneiro na forma de "Bonus Tracks", em gravações realizadas naquela época para servirem de guias para os músicos que tocariam comigo naquele então novo projeto.

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É uma canção sobre fazer canção, um pão em homenagem aos padeiros. Espero que chegue a todos a quem possa servir!